04 maio, 2009

banquete

Cheia de voluptuosidade, avançando sobre os mais belos e pobres mortais e devorando-os com tal sagacidade, ela se encontra neste banquete com sua própria nudez. Despe-se de carne e de espírito, dissoluta e libertina, entre línguas, pernas e abdômens, mãos tateando numa busca voraz, ela, deusa encantadora de almas e homens, entrega-se com tal devoção ao banquete que, entre o devorar e ser devorada, torna tal ritual como uma reza, um mantra, e dá seu grito de redenção, deixando-os lívidos porém ávidos e sedentos, abatidos pelo cansaço do mais farto entendimento destes mistérios gozozos e divinos, constantes e corajosos, e essencialmente primordiais.

3 comentários:

mano maya kosha disse...

fantasticamente criativo, poeticamente cru e belo ...

Cris Martinez disse...

As Bacantes te visitaram ontem?
Inteso para ser lacônica.
Puro para ser de Lesbos.
Ávido para alguém que conhece Baco.

Camilla Tebet disse...

Exatamente.. super Bacantes... de pernas e mentes abertas. A entrega que do prazer traz o sentido.
Amei o texto. Pera que vou ler de novo.