16 agosto, 2007

Painel da Vergonha nº 01

* Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprova renovação da CPMF até 2011.
Enquanto isso nos envergonhamos ao ver que seremos roubados por mais 4 anos. Há um puta erro no título dessa comissão, pois esses senhores esqueceram há muito tempo o significado da palavra "justiça". CPMF de um lado, e de outros e muitos outros, pessoas ainda morrem nas portas dos hospitais por falta de atendimento. Lamentável!

** Renan Calheiros não sente a mínima vergonha ao dizer que sua renúncia é um "gesto de retribuição". Nós, os envergonhados, chamaríamos isso de "trambicagem".

*** Os cansadinhos almofadinhas do movimento (?) "Cansei" deveriam colocar um algo a mais na pauta das suas discussões (há alguma?): estamos cansados de pagar pedágio. Apenas mandar um simples recado ao governador que aprovou a privatização do Rodoanel (Rouboanel, segundo Zé Simão) e a belíssima cobrança de pedágio. Cansada tô eu de tanta vergonha, o tempo todo e há tanto tempo sendo assaltada pelas estradas privatizadas toda vez que vou viajar.

**** O que será mais vergonhoso: o sensacionalismo da TV em cima de um trágico acidente aéreo que matou 200 pessoas ou a omissão em relação aos 686 mortos em acidentes rodoviários no último mês?

***** (hilária) Hebe Camargo é a mais nova integrante entre os almofadinhas cansadinhos do "Cansei". (Um minuto para a crise de risos. Um não, dez.) Além de uma apresentadora medíocre que só sabe falar das bolsas e dos sapatos de seus convidados, e de não ser nada além de uma velha fútil, Hebe Camargo era garota-propaganda das campanhas do Maluf. (agora eu vou ao banheiro). Alguém pode fazer uma cirurgia plástica no cérebro dessa senhora?


Isso é só o começo!

15 agosto, 2007

O Nó

Não poderia perder tempo, a conta seria estrondosa. Já havia passado quinze minutos e eu ali, com as pontas dos dedos vermelhas de tanto mexer no nó. Nessa hora eu vi que os anos de escotismo não me serviram para nada mesmo. Eu olhava novamente o nó, e o despertador. E ela já havia entrado na hidromassagem.
Como eu faria pra sair dessa? Meia hora tentando desatar o laço, e nada! Para me adiantar, resolvi me despir. Uma ansiedade tomava conta de mim. Tirei a camisa, as calças (com uma certa dificuldade), a cueca e o outro pé do sapato. Ela, sem entender o porquê da minha demora, chegou ao quarto. Sua reação ao me ver abaixado, totalmente nu, com apenas um sapato "preso" ao pé, foi cair na gargalhada. Com certeza isso foi broxante pra mim. Eu olhava o nó e a olhava, e aos poucos fui me enchendo de tudo aquilo, nó, mulher, sapato, já não pagaria mais a conta! Humilhação! Ela dizia que me amava!
Esse momento de revolta foi intenso, mas logo fui me acalmando. Aos poucos fui me vestindo, o som da ironia estava se acalmando. O nó já não estava apenas no sapato, mas também em minha cabeça, em meio àquela confusão.
Saí sem falar nada. Desci as escadas, peguei o carro. Nesse momento eu me toquei da experiência que tinha vivido. Perdi um momento de sexo, ganhei um momento de glória. Todo sentimento reprimido dentro de mim foi posto para fora.
Agora sou um novo homem. Nunca mais serei submisso às mulheres, apenas aos nós.

** Esse conto foi escrito por mim em 1995, quando eu tinha apenas quinze anos. Foi encontrado hoje em meio à papelada velha e poeirenta. Arrumar as gavetas é bom, faz a gente se lembrar também de como fomos um dia.