16 outubro, 2007

Manifesto dos Palhaços

Os profissionais do picadeiro, das ruas e praças esperam que o circo e o palhaço sejam recursos para uma metáfora digna de suas profissões.
Mário Bolognesi

Somos palhaços.
De profissão.
Arrancamos alegria e riso de todos os corações,
Inclusive dos mais endurecidos.
Crianças e velhos, jovens e adultos, ricos e pobres,
Todas as raças, nações e lugares nos conhecem,
Riem conosco e nos aplaudem.
A cara pintada e o nariz vermelho são nossas marcas.
Ambos denunciam os desmandos públicos, no picadeiro ou fora dele.
Até aqui, estamos juntos.
Mas, eis que, imediatamente, a corrupção vira "palhaçada";
Diz-se das manobras criminosas: "isso é um circo!"
Autoridades duvidosas são chamadas de "palhaços";
Vocês sabem o que é uma palhaçada?
Não?
Então, retornem ao circo e vejam que ela não é escândalo público;
Que não é corrupção – roubo, muito menos.
As comparações e metáforas nos associam às causas impopulares.
Não existe, no mundo, personagem tão popular e querida como nós!
Hoje, Dia Nacional do Palhaço, exigimos:
Basta!
Continuemos protestando, porque isso se faz necessário.
Mas não usem nossa personagem e nossos narizes em vão.
Nossa profissão é criar a alegria e não a corrupção;
É alimentar a vida e a igualdade de todos
E não o roubo de poucos.

Esse manifesto foi criado em março de 2007.

02 outubro, 2007

Nasceu!

Calma! Não tive mais um filho.

Nasceu, na pequena gestação de dois meses, o espetáculo "Lavadeiras da Memória".
Eu e a Andréia estreamos em big stile no auditório do Sesc Vila Mariana, na sexta-feira 28 de setembro. Uma platéia cheia de velhinhos fofos! E amigos especiais.
Não preciso dizer o quanto são tensas as estréias, imagine como foi a tensão individual pela minha estréia como atriz.

Caraca, cada coisa doida que acontece na minha vida.
Desde que trabalho com produção cultural, ou seja, há muitos anos, as pessoas no geral (inclusive artistas mesmo) sempre me perguntavam se eu era atriz. Ou bailarina (tudo bem, porque dancei um tempo). "Ah, não"... e me diziam que eu parecia mesmo atriz. Mas o que é se parecer atriz? Será meu tipo físico? meu jeito de comunicar? Ahn? Existe um esteriotipo? Os amigos mais próximos, inclusive a própria Andréia, me diziam que eu era a "atriz que ainda não saiu do armário".
Sempre gostei de teatro, sempre fui público exigente, já fui produtora de grupo e muitos dos meus amigos e conhecidos estão no meio teatral. Já li muitas peças sem nunca ter feito uma oficina sequer. Lia por puro prazer, como sempre. Pensei em fazer curso livre, prestar vestibular na Unesp, prestar as provas da EAD mas nada nunca dava certo...e não dava certo também porque tenho uma vida corrida e fazer um curso que me toma os dias seria impraticável. Então vinha a vontade mas eu não me mexia muito.

Enfim, não sei se anjos existem, mas eu conheci um. Aliás, uma. Adriana Azenha, diretora e dramaturga, autora dos textos das Lavadeiras, foi o anjo que me arrastou definitivamente para cima do palco. Recebi na surpresa um convite e abracei a idéia. Fui até o fim. Quer dizer, até o fim dos ensaios e a estréia porque ainda tenho muita estrada pra caminhar. Adriana é a minha mãe no teatro. Ela que me impulsionou a nascer a atriz que estava guardada em mim e que agora coloquei pra fora. Alguém que confiou em mim e nas minhas capacidades, que talvez nem eu mesma reconhecesse. Agradeço de coração por tudo.

E que louco! Que louco subir num palco e ver a platéia rir ou chorar. Que maravilha poder atuar na companhia da minha querida amiga-irmã Andréia Santos, que me ensinou e ensina muito. Meu amigo-irmão Ivon, nosso maquiador, que esteve junto desde o convite e desde sempre. Ao meu amigo Wilton pela força e paciência, além da grande colaboração de fazer a luz do espetáculo. Ao diretor musical Douglas Germano, grande músico e marido da Dri, novo companheiro e motivador.

Logo coloco umas fotos aqui, para ilustrar.

28 de setembro - um marco na minha vida nessa nova empreitada.