13 maio, 2009

depoimento pessoal

Difícil conciliar a minha alma feminina, quando esta ultrapassa todo esteriotipo criado para tal gênero em tempos pós-modernos, século 21 e homens afoitos por capas de revistas, assim caminho, sandália rasteira e pé no chão, que não suporta o bico fino salto Luís XV torturante matando aos poucos, sigo em frente, olhando para o céu sem sombra nem rímel, só quando tem lua e quando lua cheia de amante com perfume delicado, batom esporádico marcando estes lábios juvenis que tem sede de vida e fome de expressão, ando um pouco, capaz de chorar com o colorido das flores de jardim e de rir histericamente com cerveja e torresmo à pururuca no botequim, dou um passo, e vivo a poesia, a sutileza e a escatologia numa mesma cadência, me jogo, um longo pulo na arte e um chute no saco da caixinha de tantas polegadas hipnotizadoras de seres e sonhos, me levo, carrego marcas da maternidade nas linhas finas e longas curvas do meu corpo, este corpo feminino pequeno mas nunca miúdo que sofre e sente e se comunica e pensa e sobe nas alturas, me movimento, de um lado a outro procurando sanar as dores e rimá-las com meus amores, todos e tantos, tantos e todos que tudo a mim significa, verbo reflexivo de ser, de ser eu, somente soul, assim, afinada na música do mundo canto a mim, e canto por todos, e por tudo, até o fim.

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