28 maio, 2009

o poeta

E era assim que ele seguia em suas primitivas interpretações, senhor de tantas fabulações sobre o mundo, sempre tão incompreendido, porém nunca ingênuo, não era louco, apenas gostava de alegorias, expunha fatos através de símbolos criados com tanta maestria, divididos entre a realidade e o enigma, a dúvida e a certeza. Sentava-se à beira de calçadas para contar suas histórias, incríveis, fantásticas, a quem gostava de ouvir, perambulava por aí, vaticinando seu próprio futuro, "morrerei ao final de outro dia!", arrancando gargalhadas pelo óbvio... porém o óbvio não aconteceu, os séculos se foram e este senhor não morreu, ficou doente, foi preso, torturado, mas sobreviveu, e hoje vive a andar pelas ruas das cidades, a contar as histórias das gerações, uns acreditam, outros nem escutam, já tentaram interná-lo, perturbá-lo com falsas verdades, mas nada atinge de fato este imortal poeta, que tem o nome de Liberdade.

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