Se todo mundo pensasse seriamente no absurdo que é tudo isso de ser feito de carne, mas também olhar as estrelas, de ter um rosto, mas também ter aquele buraco fétido, se todo mundo tivesse o hábito de pensar, haveria mais piedade, mais solidariedade, mais compaixão e amor. Hilda Hilst
22 outubro, 2011
lado 3
Eu que sofro da dor da solidão, tentei encontrar algo em mim que completasse o que achei que faltava, fiquei sentindo uma ausência fria de algo que nem presença teve. Fiquei assim, me olhando no espelho tentando procurar a profundidade do buraco, nem eu sei mais do meu buraco, do poço, nem nunca soube. Eu que sofro da dor da solidão não te encontrei na rua porque você já havia me encontrado, e tentei de jogar pra dentro do buraco, meus ocos todos gritando para que você viesse preenchê-lo. Não era nada disso, nem você me encontrou nem eu te encontrei, nem oco não carrego aqui, nem vazio, eu que pensei que tinha um vazio, eu que pensei, eu só fico pensando, e de tanto pensar nem me dei conta do que acontece, eu te criei e criei o meu buraco, eu criei tudo isso, eu criei o grito, eu criei a dor. E agora a sinto como se ela fosse verdade. Como se você fosse de verdade.
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Um comentário:
Putz, eu sei!!! É isso mesmo.
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