24 agosto, 2009

rito

Em face de tua face
serena e terna
mantive-me entregue
ao rito de Eros
- este culto especial -
nosso deleitoso desígnio.
Na dramaturgia das horas
perdi-me preenchida
de teus caminhos,
inundada fartamente
por teus rastros
que dentro de mim seguiam.
De emoção terna
fui tomada
ao alcançar o cume.
E o mundo lá fora era um vazio,
pois construímos um universo
entre as paredes
que por nós sorriam, suadas
por tantos deslocamentos
de carícias e carinho.
De sensações, compusemos
grande peça orquestral:
doçura deliciosa de nossos sons,
como assim conjugo agora
tal obra em verso,
inspirada por delicados sentimentos.
Da dedicação íntima destes anseios,
resta a cerimônia suave e demorada
que não cansa.

Que não cansa.

E não cessa.

Um comentário:

Roberto Ney disse...

Gosto muito de poesia... ela carrega de sentimentos palavras soltas, as vezes até desconexas, mas que fazem muito sentido aos olhos de um poeta.
Poesia é dotar de possibilidades uma idéia simples e encher de sentimento um espaço oco.
abraço!