17 abril, 2009

crisálida


Em seu apelo constante, insistente atenção à tentativa de ser coesa num mundo incoerente, ela se dissocia do todo em silêncio. Liberta, porém, ainda presa e dividida, na batalha diária desta vida, ela grita calada em sua rotina, rotina de guerrilha pelo pão da cria, ela exala perfume doce de flor, na rotina de ser inventiva, alquimista e dançarina, ela se reinventa artista, menina-mulher, fêmea selvagem, primitiva e pós-moderna, camponesa e cosmopolita, ela se aprisiona em si mesma, pela salvação de sua consciência... e se transmuta, transforma, transcende a solidez de seu corpo como arma, sua alma, até que se abra novamente e, generosa, linda, persiga estrelas e vagalumes, e se perceba, de repente, mais leve e intensa de amor.

Crisálida - obra de arte contemporânea
por Hugo Perucci


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