27 outubro, 2008

monstro

o monstro tem olhos largos.
olhos mais sombrios
que a névoa sobre o pântano
em noite de eclipse lunar.
são olhos frios e gordos
que se projetam sobre luzes de felicidade
emanadas nas auras dos bem amados.

não há amor nesses olhos.
nem pupilas dilatadas pelo amanhecer.
olhos duros e vazios,
sem profundidade,
sem sonho e sem querência.
olhos que desejam mal e morte
e dor e sofrimento.

encontrei-me com mil monstros
muitas vezes, sem saber.

a desilusão com a raça humana passa
como filme de terror.

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