25 dezembro, 2009

para ti

De olho no mar onde o sol aponta todas as manhãs, os azuis de água e céu e outras cores indescritíveis, celebramos as divindades da natureza, em completa congruência, porto de nossas almas. E brincamos na lama escura do mangue, rindo à boca larga das esperanças grandes, inocentes e felizes das crianças, o riso mais puro que se tem na vida. Abrigo, refúgio, descanso. O amor pulsante em cada grão de areia.

16 dezembro, 2009

da celebração da vida

Ela nos deixou esta madrugada. Nos deixou para dançar num jardim de anjos e flores e coração aberto para o mundo. Ela nos deixou e ficou também, refletida numa estrela, quem sabe, um ponto de luz. E eu, que nada sei sobre a morte, celebro com gratidão a vida, pois o que me resta, neste momento, é saber que ela virou poema, como fez de poema sua vida.



Para Madalena, pra sempre junto da gente.

10 dezembro, 2009

da subjetividade do ser

Outro dia me olhei no espelho e questionei se aquilo que eu via era uma representação da minha mente, se era real ou um pensamento dominante. De tão volátil e efêmera, sem duração, me senti um personagem de ficção, uma idéia vã de uma imaginação sem fundamento. Respirei fundo, olhei de novo e só consegui chegar a uma única conclusão: eu sou um devaneio.

Depois daquele dia, nunca mais me vi.

08 dezembro, 2009

paragem

Quero a próxima estada a beira-mar
- cura e repouso -
que os cantos urbanos inspiraram cansaço.
E se posso e passo, de mala em punho
pra uma paragem de céu e água,
o amor fazendo companhia,
flores na estrada,
desta vida quero eu mais nada...

Que tudo seja sonho e canção
e passarinhos pousando na janela...

07 dezembro, 2009

o nome da minha nova banda é...

Cansei de Ser Medíocre.

frustração

Tentei buscar o significado dos meus sentimentos no dicionário, mas só encontrei palavras sem sentido.

caminhão

Um caminho é feito de muitos caminhos.

o difícil exercício da não compreensão

A alma às vezes dói e nem sempre é preciso entender por quê - deixe-a ali, esquecida e vazia como uma mariposa morta. Não compreender pode ser bonito, digno e pode poupar uma porção de inquietações, de dúvidas, de incertezas, as sofríveis perguntas sem respostas, a falha busca de conceitos vãos. Mas não compreender, para mim, é exercício difícil, é esforço homérico de abstração, e me parece muitas vezes que seja necessário o pensamento vago, a ausência de um sorriso ou uma lágrima, ou algo que me valha para não enlouquecer.

da emergência vital

Sentimentos maciços recaem sobre minha cabeça e não entram no vocabulário dos homens. Transmito meu entusiasmo de uma alma à outra por outra forma de comunicação; elas dão as mãos e se convidam: vamos tonificar a vida? Viver a experiência salutar da emergência, o pulo do impulso essencial, sendo assim, renovada, a vida se mostra por sua vivacidade quando tudo tornado poesia seja, dentro, fenômeno da nossa liberdade.