Primeira regra básica: diga a todo mundo que você é a encarnação de alguém famoso, como Galileu, Da Vinci, Platão, Mário de Andrade, Leila Diniz, Napoleão Bonaparte, Marlon Brando, Jesus Cristo... A lista é grande, portanto, seja sábio em sua escolha.
Segunda: realize algum ato público em prol de alguma coisa, de preferência acompanhado por uma massa de gente que acredite piamente no seu ser encarnado, a turba convencida e ensandecida de que está fazendo algo em nome de alguém. Pode mostrar a bunda em praça pública, defecar no saguão de mármore da prefeitura, jogar ovos na careca do governador, entrar de bico na festa de casamento de algum famoso da revista Caras e ainda arrumar aquele barraco quando for expulso pelos seguranças (importante: não esqueça de citar o “quem sou eu” para chamar a atenção da imprensa).
Terceira: candidate-se ao próximo Big Brother. Você, que já encarnou alguém famoso, acha que não há problema nenhum em ficar famoso só mais um pouquinho e, quem sabe, ganhar de quebra o carro do ano, uma ponta no programa Zorra Total ou na novela das oito. Pois mesmo encarnado Marlene Dietrich ou Getúlio Vargas, você continua pobre. No caso de ter encarnado Jesus Cristo, uma ótima opção é procurar alguma igreja neopentecostal pentelha, que lhe entregará as chaves do baú do tesouro. E não se esqueça de abrir algum debate no programa da Luciana Jimenez.
Quarta: coma mortadela e arrote peru. A encarnação de Tutancámon deve, como todo bom faraó, adorar o luxo e a riqueza. Ninguém precisa saber que o seu Mercedes-benz de 150 mil dólares será pago em suaves prestações, pela eternidade. Leve esse segredo para o túmulo, de preferência.
Quinta: lance um livro auto-biográfico e deixe o Chico Xavier de escanteio. Para quê psicografia, quando você mesmo pode contar, em vida, a história de sua vida passada e da atual? Aproveite para se candidatar a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Uma vez em que até o Ivo Pitanguy já tem sua cadeira garantida, você que é a própria encarnação do Camões terá grande chance de ser eleito.
Sexta: arrume um casamento. Seja com uma ex-prostituta ou com um guarda municipal, o importante é que seja da “ralé”. Nada mais chique do que um famoso como você, a própria encarnação de Luís XV, casar-se com um subalterno, com alguém da plebe, para fazer jus à teoria do “os seres humanos são iguais”. Pague um milhão para o seu esposo/esposa arrumar um amante, e corra aos prantos para os jornais. Depois, xingue os jornalistas e fotógrafos e compre um horário no programa do Faustão, onde você perdoará publicamente o autor/autora da sua dor de corno. Repercussão máxima.
Obs.: Se depois de todas essas tentativas você não atingir o sucesso, vá fazer alguma coisa de útil na vida, seu idiota!
Um comentário:
huhauahuahuahuauh
me cago de reír contigo ché!
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