26 dezembro, 2010

nem

Ando brejeira e leve...
suspensa.
Insuspeitando do que disse a noite,
outrora,
que devastei o mundo com estrelas.

Se soubesse ela, a noite,
o quão frio faz nestas horas,
teria desejado, onde e quando,
me fiz breve e trágica
como a fúria de uma ventania.

Nem tudo é natural.
Nem tudo é universal.

Nem eu, nem a noite,
nem as estrelas.
Nem a tez ruborizada
pelas mãos entrelaçadas,
rasgadas pela trilha
de um suspiro ao fundo.

Nem um segundo.
Nem nada.

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