Se todo mundo pensasse seriamente no absurdo que é tudo isso de ser feito de carne, mas também olhar as estrelas, de ter um rosto, mas também ter aquele buraco fétido, se todo mundo tivesse o hábito de pensar, haveria mais piedade, mais solidariedade, mais compaixão e amor. Hilda Hilst
22 abril, 2009
convidativa
Dê-me tua mão, devagarinho. O tempo corre e escorre, mas não é preciso pressa, apenas dê-me tua mão, devagarinho, onde tudo é superfície e profundeza, onde tudo é eterno e fugaz, dê-me tua mão, devagarinho, e diga-me uma frase ao pé do ouvido, e devagarinho, andemos numa via de mão dupla, abrimos um caminho, dê-me tua mão, devagarinho, nos enrosquemos em membros e lábios, devagarinho, respiremos, transpiremos e ofegantes, nos afoguemos em nós mesmos, e devagarinho, um longo mergulho, um salto mortal de carne e desejo, mas sempre devagarinho, estafante porém leve, mansinho, devagarinho, faço um carinho em seus cachos até que, devagarinho, adormeças como criança em meus braços.
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