23 julho, 2008

Urbanóide

no cinza desta cidade nasci
cresci em meio ao concreto
chorei vendo paisagens nada belas
janelas da minha janela

a urbe me consumiu
e eu me consumi nela

no centro de São Paulo conheci
todo tipo de mazela
as gentes jogadas pelas esquinas
junto ao cocô dos cachorros das donzelas

a urbe me consumiu
e eu me consumi nela

agora aos vinte e oito sei
exatamente pra onde levar minhas panelas
pra longe, lá onde tem folhas verdes,
pássaros azuis e flores amarelas.

a urbe me consumiu
e logo eu sumo dela.

2 comentários:

Huguêra - Iscrivinhadô i Musiquêro disse...

Calu, mon amour, rãm'simbóra, nêga...

Camilla Tebet disse...

Que bom sumir da urbe. Cuide-se para não leva-la dentro de vc. Fatal.