Simples assim.
Comprei, a preço de banana, um super celular que lava, passa, cozinha, nina o nenê, desperta a dor, arruma a casa, e ainda por cima tem um tocador de MP3.
Nas viagens a trabalho, é útil.
Vai tocando todas as musiquinhas que nele coloquei.
Todo mundo se diverte.
Eu, o meu amigo e o motorista.
E o tocador ali tocando, como aqueles radinhos de pilha.
Lembra dos radinhos de pilha? Aqueles vermelhinhos, que neguinho colocava na orelha pra ouvir jogo de futebol, já que o estádio é grande e lotado e não dá pra ver porra nenhuma?
Então, o meu super celular, é parecido com o radinho de "pia".
Aí, na viagem, o motorista diz:
- Esse é o primo-rico do radinho.
E meu amigo completa:
- Pois é, tanta evolução, para voltarmos para o mesmo lugar.
Se todo mundo pensasse seriamente no absurdo que é tudo isso de ser feito de carne, mas também olhar as estrelas, de ter um rosto, mas também ter aquele buraco fétido, se todo mundo tivesse o hábito de pensar, haveria mais piedade, mais solidariedade, mais compaixão e amor. Hilda Hilst
25 junho, 2008
24 junho, 2008
Falando de amor com Fernando Tucori
Eu gostei tanto, mas tanto, e tanto do que ele disse, que resolvi postar o link aqui, para que outros gostem tanto, mas tanto e tanto quanto eu.
Falando de amor com Fernando Tucori
O Fê é aquele meu amigo, irmão e companheiro de loucuras, brisas e viagens, a quem dediquei um tópico logo que criei este blog (arquivos de 2005).
Divirtam-se.
Falando de amor com Fernando Tucori
O Fê é aquele meu amigo, irmão e companheiro de loucuras, brisas e viagens, a quem dediquei um tópico logo que criei este blog (arquivos de 2005).
Divirtam-se.
Metade
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
(Oswaldo Montenegro)
Para alguém especial.
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
(Oswaldo Montenegro)
Para alguém especial.
Antes fosse...
Antes fosse este cimento um chão de areia
Antes fosse o instrumento um belo rabo de sereia
Antes fosse o meu tormento um grito de baleia
Antes fosse o casamento todo fogo que incendeia
Antes fosse esse momento como um disco de Candeia
O samba tocando no peito
em noite de lua cheia.
Antes fosse o instrumento um belo rabo de sereia
Antes fosse o meu tormento um grito de baleia
Antes fosse o casamento todo fogo que incendeia
Antes fosse esse momento como um disco de Candeia
O samba tocando no peito
em noite de lua cheia.
23 junho, 2008
O fora
A menina pula, corre, dança, ri, ri mais um pouco, dança mais um pouco, pinta e borda o dia inteiro.
A mãe se mata na faxina, limpa banheiro, lava roupa, louça, lenço, tira pó o dia inteiro.
E de noitinha:
- Filha, vai tomar banho!
A menina se joga no sofá.
- Filha, já falei pra você ir tomar banho! A-go-ra!
A menina se esparrama nas almofadas.
- Já vou, mãe, é que eu tô tão cansada!
A mãe a puxa pelas perninhas finas.
- Cansada tô eu, que limpei a casa o dia todo! Como você pode estar cansada, se não fez nada o dia inteiro?
A menina olha de soslaio.
- Mãe, brincar é não fazer nada?
A mãe se mata na faxina, limpa banheiro, lava roupa, louça, lenço, tira pó o dia inteiro.
E de noitinha:
- Filha, vai tomar banho!
A menina se joga no sofá.
- Filha, já falei pra você ir tomar banho! A-go-ra!
A menina se esparrama nas almofadas.
- Já vou, mãe, é que eu tô tão cansada!
A mãe a puxa pelas perninhas finas.
- Cansada tô eu, que limpei a casa o dia todo! Como você pode estar cansada, se não fez nada o dia inteiro?
A menina olha de soslaio.
- Mãe, brincar é não fazer nada?
O mar
O menino, nascido no sertão da Paraíba, vendo o mar pela primeira vez na cidade do Recife:
- Pai, mas que açude grande é esse!!
- Pai, mas que açude grande é esse!!
20 junho, 2008
Subterrâneos do inferno
[Centro de São Paulo]
Eu desço aos subterrâneos do inferno todos os dias.
Pela manhã cedo, oito e meia especificamente.
Eu passo a catraca e sinto calafrios.
As escadas que dão para os subterrâneos do inferno são longas.
Mais longo é o tempo que levo pra conseguir alcançar a plataforma.
Alienígenas subindo em minha direção.
Eu quase perco o rumo.
Quase sou abduzida pela massa.
Consigo me desviar.
Finalmente alcanço a plataforma.
A plataforma do inferno.
Corpos se arrastam.
Espíritos apagados brigam por um pedaço de chão para pisar.
Rostos entristecidos pela rotina se esbarram.
O tempo passa em câmera lenta.
Eu corro contra o tempo.
Eu corro para o trem.
O trem atravessa os subterrâneos do inferno
que cortam por dentro a cidade alerta,
a cidade que não pára,
a cidade que cresce desenfreadamente,
preenchida de almas vazias,
estonteantes,
que carregam no semblante
a loucura da metrópole caótica.
Eu desço aos subterrâneos do inferno todos os dias.
Pela manhã cedo, oito e meia especificamente.
Eu passo a catraca e sinto calafrios.
As escadas que dão para os subterrâneos do inferno são longas.
Mais longo é o tempo que levo pra conseguir alcançar a plataforma.
Alienígenas subindo em minha direção.
Eu quase perco o rumo.
Quase sou abduzida pela massa.
Consigo me desviar.
Finalmente alcanço a plataforma.
A plataforma do inferno.
Corpos se arrastam.
Espíritos apagados brigam por um pedaço de chão para pisar.
Rostos entristecidos pela rotina se esbarram.
O tempo passa em câmera lenta.
Eu corro contra o tempo.
Eu corro para o trem.
O trem atravessa os subterrâneos do inferno
que cortam por dentro a cidade alerta,
a cidade que não pára,
a cidade que cresce desenfreadamente,
preenchida de almas vazias,
estonteantes,
que carregam no semblante
a loucura da metrópole caótica.
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