Às vezes me sinto como um cego que precisa apalpar o mundo para vê-lo.
Tento tocar as coisas por aí, até aquelas impossíveis de serem tocadas, aquelas que não são palpáveis...
Como se, com meus dedos invisíveis, tentasse pegar o vento que sopra em minha face quente.
Você veio como o vento, e apenas num sopro me pegou. Como posso alcançá-lo? se apenas passa por mim, e me toca, mas não me vê?
Sou apenas uma sombra. Preciso da luz para existir.
Há tanto sou a sombra que espera que o vento venha com toda sua força, e com tanta força me carregue para algum outro lugar desconhecido.
Me acaricia com seu sopro, ó vento, e com sua força carrega essa sombra que precisa de mais luz para crescer, para se expandir para algum lugar maior.
Assim nos aventuremos, eu e tu, sombra e vento, dançando pelas paisagens.
Mesmo que não nos vejam, e mesmo que nós não nos vejamos, carregamos conosco, onde for, o conforto de saber que ao menos nos percebemos. Nos sentimos.
Em toda sutileza, existimos.
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